quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Justiça proíbe venda de jogos violentos

Materia exibida ontem terça feira na GLOBO!!!!!!

Dois jogos de computador com cenas violentas já começaram a ser retirados das lojas do país. A ordem foi dada por um juiz federal de Minas Gerais. Mas, em São Paulo, donos de lan houses não pretendem impedir o acesso a um dos mais populares desses games, o Counter Strike.

Nem o barulho dos tiros, nem a simulação do sangue são novidades para os adeptos dos jogos eletrônicos. A violência dos ataques e das explosões é considerada uma forma de diversão e vende bem.

Mas dois desses jogos estão na mira da justiça. O Counter Strike e o Everquest foram considerados violentos demais pelo juiz federal Carlos Alberto Simões de Tomaz, de Minas Gerais.

Ele afirma que um dos jogos, o Counter Strike, virtualiza uma cena de embate entre a polícia do Rio de Janeiro e traficantes de uma favela. Usa como trilha sonora um funk proibido e ensina táticas de guerrilha. Por isso, atentaria, na visão do magistrado, contra o estado democrático e a segurança pública.

A sentença determina que a União tome as medidas necessárias para retirar os jogos do mercado. E estipula multa diária de R$ 5 mil para o caso de descumprimento. Nesta terça-feira, fiscais do Procon de Campo Grande começaram a apreender cópias dos jogos.

A Electronic Arts, empresa que distribui o jogo Counter Strike no Brasil esclareceu, em nota, que a versão original foi aprovada pelo Ministério da Justiça e não faz qualquer alusão a favelas cariocas. A ambientação no Rio e os personagens traficantes são criações de usuários brasileiros que tiveram acesso ao código fonte do jogo.

A sentença proíbe a distribuição e a venda, mas não diz o que deve ser feito com as cópias que já estão instaladas em computadores que podem ser acessados pelo público. O Everquest e o Counter Strike são dois jogos populares tanto na internet quanto nas lan houses.

Ivan Cordon, dono de uma lan house disse que só vai apagar os jogos dos computadores se for notificado. Ele acha que a proibição não vai ter efeito na prática. “Uma pessoa pode comprar o jogo via internet, basta entrar no site e com cartão de crédito fazer o download e continuar jogando sem problema algum”, disse.

O especialista em direito eletrônico, Renato Blum, também acha que a restrição total é impossível, mas elogia a decisão. “Da mesma forma que novas tecnologias nos trazem inúmeros benefícios, temos registros como este de situações que podem incitar o crime, provocar uma situação de maior gravidade e não desejada por ninguém", acredita o especialista.

Os fãs não acham que o jogo seja violento e dizem que a diversão ajuda a fazer amigos. "A maioria joga em casa mesmo, mas sempre tem um encontro. A pessoa marca um encontro com amigos para vir para a lan house", conta um jogador.